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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Bons hábitos começam em casa



LITERATURA DESDE O BERÇO
                                                                                                            Patrice Dias

Atualmente, percebe-se que é dada a escola o papel fundamental para garantir o contato com livros desde a primeira infância: manusear obras, ouvir histórias, encantar-se com as ilustrações e começar a descobrir o mundo das letras. Porém, em família, este prazeroso e importante contato pode e deve acontecer. A pretensão, dessa reflexão, não é apresentar manual ou estabelecer regras, mas sim, apresentar algumas dicas.

A princípio, é interessante saber o por que ler, o que ler, quem lê, como e quando ler e onde guardar os livros.

O contato com a literatura deve ocorrer mesmo antes de as crianças adquirirem a habilidade leitora.  O interesse pelo mundo das palavras começa a partir das histórias contadas pelos adultos. Reconhecer o livro, como “fonte de histórias”, ou seja, perceber que as histórias mesmo lidas por diferentes pessoas, se mantém imutável neste objeto (livro), aumenta o interesse da criança. Considerando as crianças não leitoras, é importante estimular o manuseio dos exemplares, tanto antes como depois da leitura feita pelo adulto (ou leitor experiente). O contato direto com a obra, permitirá a criança iniciar a compreensão do formato do objeto livro, (ilustrações, direção da escrita, material gráfico e organização), informações estas que serão de grande valia por todo o percurso escolar.  Entre os por quês citados, acrescento que, através da leitura frequente a criança desenvolve o gosto pela  leitura literária.

Importante também é pensar no “como ler”. O momento de leitura deve ser prazeroso para ambos, adulto e criança. A partir do momento que a leitura for pensada, é importante observar se o tempo disponível será suficiente, se o ambiente está confortável e apropriado, e principalmente, se a escolha do livro será agradável para o leitor e apropriado para a criança. Não altere o texto, ou substitua palavras. A leitura deve ser feita na íntegra, para que a informação de que o texto presente no livro é imutável não se torne uma inverdade.  Ao terminar a leitura, um bom bate papo é sempre bem vindo. Neste momento, permita que a criança exponha suas impressões e sensações livremente. Não imprima sua opinião, pois a visão do adulto pode reprimir a visão despretensiosa da criança.

Quando e onde ler não tem mistério. O interessante da leitura é que a mesma pode acontecer em diferentes momentos e lugares. A frequência favorece a formação de hábito, portanto, promover momentos diários de leitura pode ser um bom começo. Inicie com leituras mais curtas até que a criança gradativamente aumente seu tempo de concentração. 
Disponibilize diferentes livros para a criança, permitindo que faça suas escolhas de acordo com o interesse pessoal. Manter livros ao alcance da criança é uma estratégia estimulante, além de permitir que os cuidados com os livros sejam desde cedo ensinados.

O que ler merece destaque. É sabido que as crianças se encantam pelos contos clássicos, e os mesmos são de grande importância para elaborações necessárias ao pensamento infantil. Porém, os livros são importantes fontes de ampliação do universo infantil, manter limitações rígidas não seria considerado uma boa opção.  Durante a seleção dos livros de literatura, preocupe-se com a qualidade da obra. Não se prenda a textos com fundo moral (quem mente é castigado), informativos (metamorfose ou ciclo da água, por exemplo), busque por histórias que apresentem detalhes, mistérios, aventuras, comédia.

Embora o foco deste texto tenha sido a criança não leitora, a ideia é sugerir que a família garanta o contato com a leitura literária, desenvolva comportamentos leitores e principalmente o gosto pela literatura desde cedo.

 Aproveite as dicas e inicie o “trabalho”.
                                                                                               Revisão: Greice Nolasco